Yvonne Lara da Costa foi uma crian\u00e7a criada num lar musical: a m\u00e3e, Dona Emerentina, era cantora do Rancho Flor de Abacate, e o pai, Jo\u00e3o da Silva Lara, mec\u00e2nico de bicicleta, violonista e componente do Bloco dos Africanos.\n

\nSua forma\u00e7\u00e3o musical formal, no entanto, come\u00e7a no Col\u00e9gio Municipal Orsina da Fonseca, onde estudou dos 10 aos 16 anos de idade.\n

\nJ\u00e1 no col\u00e9gio, ganhou destaque no canto orfe\u00f4nico, esp\u00e9cie de coral com as vozes mais afinadas. Ali, foi aluna de Za\u00edra de Oliveira, esposa do compositor Donga, e de Luc\u00edlia Villa-Lobos, esposa do maestro Heitor Villa-Lobos que chegou a reg\u00ea-la no Orfe\u00e3o de Apinac\u00e1s da R\u00e1dio Tupi.\n

\nO muro onde pintamos fica no Bosque Dona Ivone Lara, dentro do Instituto de Sa\u00fade Nise da Silveira.<\/h2>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t

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Fica especificamente onde antes 3 grandes pr\u00e9dios com mais de 400 leitos atendiam crian\u00e7as a partir de 4 anos de idade. Um local que abrigou muitas hist\u00f3rias tristes e pr\u00e1ticas violentas mas que hoje respira como um espa\u00e7o verde, com crian\u00e7as brincando no parquinho novo, idosos, com arte, esporte e muitos gatinhos.\n

\nDona Yvonne Lara tamb\u00e9m foi monitora de Nise da Silveira na d\u00e9cada de 1940. Formada em servi\u00e7o social e especializada em terapia ocupacional, muito antes de ser sambista profissional, ela trabalhou no Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro durante 30 anos, at\u00e9 se aposentar e ingressar oficialmente na vida art\u00edstica.\n

\nEm entrevista a K\u00e1tia Santos, de 2005, Dona Yvonne diz:\n

\n\u201cEu descobri muitos doentes que eram m\u00fasicos, esquizofr\u00eanicos. Muitos que estavam abandonados pela fam\u00edlia. A doutora Nise botou uma sala de m\u00fasica com piano, cavaquinho, pandeiro, \u00e0 tarde, tinha um ensaio geral e eu estava sempre l\u00e1, dan\u00e7ando com eles, sambando, cantando com eles. Tinha um doente que era catat\u00f4nico, mas a doutora Nise ria muito porque ele dizia assim: \u201cIvone vai ter ensaio hoje?\u201d e depois ca\u00eda no mundo dele, s\u00f3 conversava comigo.\u201d\n

\nSua atua\u00e7\u00e3o ia desde a ida at\u00e9 a casa dos internados at\u00e9 o uso da m\u00fasica. \nYvonne era respons\u00e1vel por fazer articula\u00e7\u00e3o extramuros entre paciente, fam\u00edlia e comunidade.\n

\nEm entrevista para Mila Burns, ela diz:\n

\n\u201cNesses dias especiais, a gente organizava alguns internos que queriam se apresentar, dan\u00e7ar, cantar, e eram essas as atividades mais estimuladas pelo m\u00e9todo da doutora Nise, que come\u00e7ava a ser posto em pr\u00e1tica. Ent\u00e3o a gente passava o dia inteiro com eles. Tinha um doente, por exemplo, que se chamava Ribamar e pertenceu \u00e0 Orquestra Tabajara. Outro tinha o apelido de Xerife, e tocava piano muito bem. \u00c0s vezes a gente ficava horas ouvindo\u201d\n

\nSuas propostas foram inovadoras, acolhendo hist\u00f3rias pessoais e subjetivas dos sujeitos. Isso radicalizou a proposta de tratamento comum daquele per\u00edodo, como eletrochoque e cirurgias neurol\u00f3gicas.\n<\/h2>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

MUROS DONA IVONE LARA MUROS   DONA IVONE LARA Yvonne Lara da Costa foi uma crian\u00e7a criada num lar musical: a m\u00e3e, Dona Emerentina, era cantora do Rancho Flor de Abacate, e o pai, Jo\u00e3o da Silva Lara, mec\u00e2nico de bicicleta, violonista e componente do Bloco dos Africanos. Sua forma\u00e7\u00e3o musical formal, no entanto, come\u00e7a …<\/p>\n

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